Não é corrigido o próximo
Nem me julgando capaz
De concertar os defeitos
Dos nossos primeiros pais,
Mas quero dizer em versos
O mal que a inveja faz.
A inveja não pertence
Ao Deus da Divindade,
É a companheira do crime
E inimiga da verdade,
Irmã gêmea da miséria
E prima da falsidade
Por inveja satanás
Enganou Eva e Adão
Para ter gosto de velos
Nas garras da perdição,
Caim por ser invejoso
Assassinou seu irmão.
O sujeito ambicioso
Só é quem quer ser direito
Se ver seu visinho bem
Se mostra mal satisfeito
Entristece fecha a cara
E começa a botar defeito
O sinal do invejoso
Primeiro é contar vantagem
Segundo e inventar mentira
Terceiro ter pabulagem
Quarto enganar ao próximo
E o quinto não ter coragem.
Se um invejoso ver
Seu próximo ganhar dinheiro
Mandar fazer um feitiço
Que atrasa seu companheiro
No fim o feitiço vira
Por cima do feiticeiro.
A língua do invejoso
Sapeca como coivara
Os olhos são duas tochas
Dando circuito na cara
Queima que abre ferida
Que com cem anos não sara.
A pessoa ambiciosa
Não dar valor ao alheio
Sendo bom acha ruim
Sendo bonito acha feio
De tudo que há no mundo
Vive socado no meio.
Da inveja nasce o ódio
Do ódio uma intriga forte
Da intriga nasce a briga
Da briga é que nasce a morte
Da morte nasce o pecado
Pecado a ninguém dar sorte.
Dê a Deus o que é de Deus
Como Deus deixou escrito
Dê a César o que é de César
Que nisto é que eu acredito
Respeite mais o alheio
Deixe a inveja que é feia
Ame a Deus que é mais bonito.
fim
Autor: João Bandeira
O MAL QUE A INVEJA FAZ