sexta-feira, 19 de julho de 2013

O MAL QUE A INVEJA FAZ


Não é corrigido o próximo
Nem me julgando capaz
De concertar os defeitos
Dos nossos primeiros pais,
Mas quero dizer em versos
O mal que a inveja faz.

A inveja não pertence
Ao Deus da Divindade,
É a companheira do crime
E inimiga da verdade,
Irmã gêmea da miséria
E prima da falsidade

Por inveja satanás
Enganou Eva e Adão
Para ter gosto de velos
Nas garras da perdição,
Caim por ser invejoso
Assassinou seu irmão.

O sujeito ambicioso
Só é quem quer ser direito
Se ver seu visinho bem
Se mostra mal satisfeito
Entristece fecha a cara
E começa a botar defeito

O sinal do invejoso
Primeiro é contar vantagem
Segundo e inventar mentira
Terceiro ter pabulagem
Quarto enganar ao próximo
E o quinto não ter coragem.
Se um invejoso ver
Seu próximo ganhar dinheiro
Mandar fazer um feitiço
Que atrasa seu companheiro
No fim o feitiço vira
Por cima do feiticeiro.

A língua do invejoso
Sapeca como coivara
Os olhos são duas tochas
Dando circuito na cara
Queima que abre ferida
Que com cem anos não sara.

A pessoa ambiciosa
Não dar valor ao alheio
Sendo bom acha ruim
Sendo bonito acha feio
De tudo que há no mundo
Vive socado no meio.

Da inveja nasce o ódio
Do ódio uma intriga forte
Da intriga nasce a briga
Da briga é que nasce a morte
Da morte nasce o pecado
Pecado a ninguém dar sorte.

Dê a Deus o que é de Deus
Como Deus deixou escrito
Dê a César o que é de César
Que nisto é que eu acredito
Respeite mais o alheio
Deixe a inveja que é feia
Ame a Deus que é mais bonito.
fim

Autor: João Bandeira


José Simplício de Araújo Medeiros



Natural de União dos Palmares e Casado com Leonor de Araújo Medeiros natural da Paraíba. Seu piloto estudou até o 4º primário.
Era comerciante possuindo uma loja movimentada, localizada na Rua Rui Barbosa, centro da cidade.
Ganhou o apelido de piloto quando criança por adorar pilotar carrinhos de brinquedo.
Sua companheira conheceu em uma de suas viagens ao interior, tendo um intervalo de três meses entre o conhecer e o casamento. Ao casar comprou uma residência na Rua do Boi, onde nasceu seis dos nove filhos, mudou-se posteriormente para uma casa na Rua Rui Barbosa e ali nasceram suas ultimas três filhas.
José Simplício de Araújo Medeiros gostava de festas, de ler o dicionário de Aurélio, adorava fazer poesias e dar flores as mulheres.

Irmão da professora Luiza de França, uma das grandes educadoras da época e primo de Miguel Medeiros, comerciante e prefeito de União dos Palmares. Morreu com leucemia generalizada o seu piloto.

Fonte: Acervo da Biblioteca Municipal